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Clipping

Jornal da Cidade, Bauru, SP
Resenha do álbum Triálogo, Março de 2005
Bauru

Revista Jazz+ , Ano 1 Nš 8
Resenha do álbum Triálogo
Mario Mele, 2005
[Jazz+

Revista Playmusic ed. 83
Resenha do álbum Triálogo
Setembro 2004
Angelo Mugia
PlayMusic

Revista Modern Drummer
Fique por dentro: Pércio Sapia
Agosto de 2004
Modern Drummer

Revista Modern Drummer
Resenha do álbum Triálogo
Agosto de 2004
Modern Drummer

Jornal O Estado de São Paulo
Segunda Semifinal do Prêmio Visa
30 de julho de 2004
Caderno 2

Jornal O Estado de São Paulo
Semifinal do Prêmio Visa
28 de julho de 2004
Caderno 2

Jornal O Estado de São Paulo
Eliminatória do Prêmio Visa
04 de junho de 2004
Caderno 2

 

Silvio Rocha - crítico musical e radialista - Madri - Espanha
Triálogo
Veiculado na Internet
Março de 2004
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Um mestre da língua española morto no início do mês de Março, o escritor e filósofo Lázaro Carreter costumava dizer que havia uma grande diferença entre os verbos “Ouvir” e “Escutar”. Com uma predominância qualitativa do segundo sobre o primeiro.

Realmente, quando recebi o CD Triálogo, de Débora Gurgel, Itamar Collaço e Pércio Sapia logo o coloquei no aparelho e lhe estava ouvindo enquanto fazia algumas tareras domésticas. Confesso que desde então já me chamou a atenção. Antes mesmo de deliciar os ouvidos com a devida “adoração” que merece, o disco me trouxe saudosas lembranças do piano de Jobim, do talento imortal de Villa-Lobos e da “bagunça” musical sempre presente nas artes do mestre Hermeto Pascoal.
Ao “escutar” como é devido, com os ouvidos bem abertos, bem atentos e, entre pequenos goles de uma boa bebida e um “Jamón” 5 estrelas, essa delícia culinária típica da Terra de Cervantes, rodeado de bons amigos apreciadores da multiculturalidade da música brasileira, nos vimos imediatamente imersos nesse universo criado ao passo de cada tema.

A uns recordava a certos músicos, a outros, a certa maneira de tocar, a certas escolas, todas e todos expoentes da máxima qualidade jazzística.

A mim, particularmente, os títulos das canções foram reveladores.

“Deixa Comigo” pareciam dizer cada um dos músicos ao cair um compasso que acentuava seu instrumento.
Não sei se essa era a intençao, mas “Trilhos de Itatinga” me transportou diretamente a velha estaçao ferroviária de minha Maringá natal, onde vivi grandes viagens, onde existe uma melancolia nos trens que hoje só transportarm cargas, onde ainda soam sobre as linhas os acordes de um certo “Trenzinho Caipira”, para mim uma das melodias mais bonitas que conheço.

Algumas músicas como “Infância”, “Singela” e, principalmente, “Vestido de Baile”, “Até onde chega o olhar” e “Talvez humana” parecer pedir uma letra e, assim, passar a categoria de imortais. Poderia jurar que ouvi – ou melhor, escutei - a Elis Regina pedindo a gritos que seus amigos do céu, Vinicius ou Tom, escrevessem algo para que ela pudesse por sua preciosa voz.

“Jobiniando” me fez lembrar de uma das últimas interpretaçoes de Jobim, só ao piano, cantando “Luiza” com a voz já afetada pelos anos, um pouco cansada mas cheia de emoçao e a qualidade que só os maestros sabem usar.

Aqui do outro lado do Atlântico, na Espanha, a música instrumental é muito valorizada. O trabalho de Fernando Trueba, Calle 54, é considerado antológico e gente como a pianista Eliane Elias é vista como uma nova vertente de talentosos músicos brasileiros que cada vez são mais apreciados por essas bandas. Há pouco tempo, uma das principais avenidas de Madri ganhou um bar-sala de shows com o mesmo nome do filme. Por ali, no “Calle 54”, bem que poderia passar o Triálogo de Débora, Itamar e Pércio. Bem que poderia passar essa mistura tão brasileira, uma união de talentos que, com toda a certeza, já podem pôr seus nomes entre os grandes da MPB.

 

Luis Mariano - crítico de música - Madri - Espanha
De Un Amigo Madrileño
Veiculado na Internet
Março de 2004
[ler na íntegra]

Cualquier buen aficionado a la música sabe que Brasil es una primerísima “potencia musical”, pero generalmente la inmensa mayoría de los españoles, conocen únicamente la samba, los clásicos de la bosanova y poco mas, que es lo que las grandes distribuidoras de música, dejan caer por aquí.

Por eso, los que sabemos que Brasil es el país de tantas y tantas músicas, estamos de enhorabuena, cuando un CD como Triálogo, acierta a caer en nuestras manos.

Verdaderamente, poco Jazz y Jazz-fusión brasilero se deja escuchar por aquí.

Para el que haya escuchado TRIÁLOGO con atención, podrá parecer que es una obra única y completa. Pues aunque el origen de los temas es variado, al escucharlo hay como una continuidad, que refleja la armoniosa conjunción de sus tres componentes.

Los temas se van sucediendo uno tras otro, como perlas de un mismo collar.

El grado de compenetración de los músicos es tal, que cuesta concentrarse separadamente en uno y otro instrumento. Otro aspecto a destacar de este trío, es que uno tiene la sensación de que el conjunto es mucho mayor, pues parece increíble que pueda sonar tanta música, con solo tres integrantes.

El sabor brasilero es sutil, pero indudable en algunos temas, quizá en Jobinando es uno de los que se hace mas patente. Los intérpretes están siempre en su sitio. El batería Pércio Sápia, arropa y sabe estar perfectamente en su sitio, siendo escasos pero notables los momentos en que nos demuestra solos e improvisaciones que nunca se le van de las manos.

El bajo (Itamar Collado), muy personal, nos recuerda con su sonido al mítico Jaco Pastorius (Weather Report), aun que con un estilo propio y distinto de aquel. Tiene también esa virtud de estar en segundo y primer plano al mismo tiempo.

Y que decir de la pianista Debora Gurgel, su piano toca, habla y canta. Llena toda la escena sonora que hay entre los altavoces me mi estero, con sonidos que incluso proceden de los cuatro rincones, de un amplio salón, donde el disco ha sido escuchado.

Su lirismo no carente de fuerza y carácter conquista, es esta una pianista con la que a uno le gustaría pasar una velada en un local íntimo, escuchándola durante horas y quizá charlando con ella de Dave Brubeck.

Todas las composiciones son de un nivel y belleza increíble, es difícil destacar unas de otras. Yo recomiendo disponer del tiempo suficiente para disfrutar de este trabajo que cautiva desde las primeras notas hasta el final, y que después apetece repetir de inmediato.

Estamos encantados de tener buenos amigos, que nos muestran joyas como este primer trabajo de Debora, Itamar y Pércio. Esperamos con impaciencia sus próximos trabajos, que no dudamos que se convertirán en éxito, si tienen la debida difusión entre los aficionados.

Luis Mariano


Já nas Bancas - Dani Gurgel
2005
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E, inesperadamente, Debby responde ao chamado de Bill. Quarenta e dois anos após Waltz for Debby, de Bill Evans, Debora Gurgel nos presenteia com Waltz for Bill. A estrutura politonal da valsa em jazz da compositora paulistana pode ser conferida no recém lançado álbum Triálogo, do trio de Música Instrumental Brasileira integrado pela pianista, compositora e arranjadora.

Primeiro projeto desse trio de formação clássica jazzística, piano, baixo e bateria; Triálogo traz músicas de sonoridade especialmente brasileira, com temas passeando pelo baião, fusion, samba-choro, valsa, bossa nova, maracatu e partido alto. Transparecendo influências que vão de Villa-Lobos a Tom Jobim, de Edu Lobo a Hermeto Pascoal, as composições de Debora que compõem o álbum contam com arranjos cuidadosamente estruturados, que permitem também a livre improvisação dos músicos. Abrindo verdadeiras conversas, os três integrantes, na base da improvisação, tomam juntos novos caminhos sugeridos na hora. Daí o nome do álbum: Triálogo. Abençoada com dois dos mais competentes e estimados instrumentistas da atualidade paulistana, Debora conta com o balanço brasileiro de Pércio Sapia na bateria, com influências do rock progressivo de Genesis e King Crimson e temperado com elementos do jazz de Oscar Peterson; ex-integrante das bandas Zero Hora, Ópera Brasil e Proscenium e professor do Clam, hoje integrante da Banda Mais. Ainda pode-se deliciar com o suingue e a virtuosidade de Itamar Collaço, contrabaixista e compositor, professor da Universidade Livre de Música Tom Jobim (ULM) e hoje integrante do Zimbo Trio junto de Amilton Godoy e Rubinho Barsotti. Esse trio está em processo de gravação de um novo álbum, que contará com duas composições de Debora, Jobiniando e Trilhos de Itatinga. Evidenciam-se as influências jazzísticas do trio em composições como Que Bagunça! (What A Mess!) e Waltz for Bill. Reconhece-se especialmente na primeira a influência de Chick Corea e Herbie Hancock nas harmonias e improvisos e pouco resta a dizer sobre a segunda e sua relação com Bill Evans, compositor de Waltz for Debby. Já outras composições de cunho ainda mais brasileiro como Deixa Comigo não deixam a desejar, envolvendo uma enorme riqueza de frases nos improvisos. Parece estar-se relatando uma história em cada solo. Influência de Dori Caymmi também está visivelmente presente em composições como Infância, pela riqueza e beleza em poucas notas características do compositor, muito estimado por Debora. A gravação do álbum Triálogo, como poucas hoje em dia, foi feita inteiramente ao vivo. Um disco para ser guardado dentro do aparelho de som. Para se ouvir, escutar, recomendar e decorar os solos.

Dani Gurgel